Uma viagem científica incrível!

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Terça-feira foi um dia especial para a nossa equipa de biólogos marinhos que voltaram ao mar para mais uma das suas saídas “científicas” para descobrir mais sobre os sons que podemos encontrar nas águas dos Açores. O dia começou com o pé direito – um mar excelente, uma equipa entusiasmada e uma imensidão de material.

Dos hidrofones ao gravador, GPS e câmaras, da rede de fezes ao nosso kit de coleta de cefalópodes, nada podia ficar para trás, nunca sabemos o que vamos encontrar, e as águas dos Açores provaram-nos uma vez mais! Assim que iniciámos a nossa viagem, fomos presenteados com um grupo muito especial de golfinhos roazes (Tursiops truncatus), muito conhecido nas águas de São Miguel pela sua curiosidade.

Como é que sabemos que é este grupo? Porque alguns destes golfinhos são muito bem conhecidos pela nossa equipa de biólogos. Um deles é a “Egípcio”, uma fêmea adulta cuja barbatana dorsal se parece com uma pirâmide egípcia. Avistámos cerca de 70 indivíduos e entre eles havia vários bebés e juvenis.

Como esta viagem vem no seguimento da que fizemos há duas semanas para testar equipamentos e metodologias de registo de sons de cetáceos, aproveitámos esta oportunidade com os golfinhos roazes para lançar o nosso hidrofone à água. E podemos dizer que parecia que estávamos a assistir a um espetáculo de talentos – pudemos ouvir uma quantidade surpreendente de sons diferentes, alguns deles nunca tínhamos ouvido antes! Além disso, este grupo de golfinhos roazes estava tão curioso com o nosso hidrofone que rodopiava à sua volta. Quão espetacular é isto? Ao que parecia, todos queriam ser a estrela das nossas gravações!

Divertimo-nos muito com estes golfinhos e pudemos gravá-los duas vezes. No entanto, enquanto gravávamos, o nosso vigia avistou um bufo de cachalote (Physeter macrocephalus). Claro que fomos o mais rápido que podíamos… não podíamos perder esta oportunidade! Logo depois de nos aproximarmos da área onde estava este cachalote, vimos a sua cauda. Quando avistamos a cauda, significa que este animal mergulhou à procura de alimento e, portanto, para nós significou tempo de gravar! Todos a bordo pusemos mãos à obra.

Os primeiros cliques ouviram-se muito bem, mas à medida que o cachalote mergulhava mais fundo, podíamos ouvir mais cliques. Mais e mais e mais… Provavelmente estávamos na presença de uma festa de cachalotes no oceano, porque a quantidade de cliques diferentes que conseguimos ouvir foi incrível! Enquanto gravávamos este animal, observámos um grande splash ao fundo… não podíamos acreditar!! Um cachalote a saltar!!

Quando as fêmeas mergulham a grandes profundidades à procura de alimento, as crias ficam na superfície com outras fêmeas ou até mesmo sozinhas… e este jovem estava bem impaciente pelo atraso da mãe – não parava de saltar! Ao terminarmos de gravar o nosso primeiro cachalote, movemos o barco um pouco mais perto do local onde vimos o jovem cachalote aos saltos. E mais uma vez, esta jovem baleia cheia de energia saltou novamente e novamente.

Vimos cerca de 12 saltos! Uau! Também pudemos observar um total de cerca de 10/12 animais, incluindo um bebé muito pequeno que parecia ter apenas algumas semanas.

A natureza é incrível, tem a capacidade de nos surpreender todos os dias! Pudemos ver isso no rosto de cada biólogo, e pudemos ver o motivo pelo qual escolhemos esta profissão… uma paixão por estes animais, uma enorme curiosidade em saber mais sobre eles e a incrível vontade de protegê-los e partilhar a nossa paixão com quem nos visita!!!

Quer saber mais sobre a nossa última viagem e os objetivos pelos quais estamos a gravar sons de cachalotes? Saiba mais sobre a nossa investigação!

O equipamento acústico foi doado pela Idea Wild.

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