Os nossos biólogos investigam

Os biólogos da Futurismo aproveitaram um dia quase sem vento, com condições perfeitas para fazer investigação, para explorar o oceano. Equipados com câmaras, GPS, hidrofones, gravador e redes de amostragem, iniciamos a nossa missão. O objetivo era recolher mais dados para os nossos futuros estudos – há muito que vem aí.

Estávamos todos entusiasmados por estar na água para um passeio extenso onde poderíamos desfrutar da beleza da natureza num ambiente harmonioso e alegre. Sentiu-se entusiasmo que demonstrou que a nossa equipa está presente com alma e coração e não se cansa desta experiência maravilhosa que o nosso trabalho nos oferece.

Ao deslizarmos sobre uma massa de água cristalina, calma e suave encontrámos muitos Cagarros que ainda não partiram e também muitos Cagarros-de-coleira que estão a passar pelos Açores a caminho de Tristão da Cunha, para passarem o inverno no sul. Avistámos também caravelas portuguesas em abundância. Uma colónia de organismos, que têm sido avistados durante todos os meses do ano. Mas nem sempre é tão fácil avistá-los como com uma superfície plana do oceano e a luz do sol a iluminar os seus corpos transparentes.

Depois de fotografar os poucos golfinhos roazes que se encontravam perto da costa, de ambos os lados, partimos para dois subgrupos de golfinhos comuns que mostraram tanto interesse por nós quanto nós por eles. Enquanto observávamos os padrões coloridos de cada indivíduo, recolhemos dados, fotos e amostras de som. Gravámos assobios, guinchos, ecolocalização e diferentes tipos de gemidos. Às vezes parecia que eles imitavam focas ou partes de temas das complexas canções de baleias-de-bossa. Encheram o oceano com sons que podem ser ouvidos a uma grande distância, o que confirmámos mais tarde, quando testámos o equipamento quando não havia cetáceos à vista, e os gravámos.

Longe da costa, com uma visão completa ao longo de 65km de toda a massa vulcânica de São Miguel, seguimos o som de um cachalote macho. Com o hidrofone direccional detectámos os cliques. Quanto mais longe estiver a baleia mais difícil se torna de os ouvir, mas à medida que vamos rodando o hidrofone, os cliques ficam mais fortes quando acertamos no ângulo de direcção da baleia, e quanto mais perto estivermos do som mais alto do reino animal, mais intenso se torna. Quando soubemos que estávamos relativamente perto, começámos a gravar com o outro hidrofone que apanha sons num ângulo de 360 ° graus. Testemunhámos como os seus cliques lentos e regulares aumentavam e ocasionalmente terminavam em silêncio após um zumbido. É assim que esta baleia consegue encontrar a sua presa a 1500 m de profundidade, algures neste ambiente escuro como breu, nos seus mergulhos que duraram pouco mais de uma hora cada. Graças a estas gravações, esperançosamente, em breve será possível estimar o comprimento deste macho. Ao visualizarmos os sons de cachalote, podemos ver que existem picos tal como num eletrocardiograma. À medida que algumas das ondas sonoras viajam de volta e atingem o crânio, que numa baleia se parece como uma antena parabólica, obtemos um pico extra. Com uma fórmula, o tamanho dos cachalotes pode ser estimado porque a cabeça corresponde a um terço de seu comprimento. Assim que tivermos as medidas deste macho cachalote a quem demos o nome de Mr. November, informá-lo-emos. Depois de comparadas com as fotos do nosso catálogo com cerca de 500 indivíduos confirmámos que não havia nenhuma cauda que se parecesse minimamente com a cauda deste macho tão bem marcada e pigmentada, pelo que este foi o primeiro registo do Mr. November nas águas de São Miguel.  

Esta expedição foi apenas para aprender a usar e verificar o equipamento, mas não foi a primeira e não será de longe a última recolha de amostras que iremos fazer, pois estes estudos são de grande valor para aprender mais sobre os diferentes indivíduos e populações das diferentes espécies de cetáceos que temos o prazer de presenciar aqui nos Açores. Esperemos que possamos usar todo este conhecimento para ajudar a protegê-los e ao seu meio ambiente e com isso, finalmente, a todos nós, uma vez que dependemos destes muito mais do que eles dependem de nós. Cada um de nós a bordo pode definitivamente sentir uma profunda conexão com o oceano, e é por isso que damos o nosso sangue e coração neste trabalho.

Dedicamos com prazer a nossa atenção a todos estes detalhes que encontramos como o peixe morto do fundo do mar, que parece ser uma espécie de granadeiro, ou a jovem tartaruga-cabeçuda a aquecer-se na superfície ou o minúsculo peixe-piloto abrigado sob um recipiente de plástico flutuante e as diferentes espécies de minúsculos caranguejos, que esperançosamente encontrarão um lar natural enquanto retiramos os resíduos do oceano. Acompanhe as nossas actualizações e descubra uma variedade de informações em futurismo.pt onde haverá cada vez mais.

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