No segundo mês de observação de baleias e golfinhos deste ano, não avistámos apenas as nossas espécies residentes. À medida que a primavera avança, também aumentam os nutrientes, gerando assim uma quantidade tão significativa de alimentos, que são atraídas cada vez mais espécies migratórias. Além disso, algumas espécies raramente vistas por aqui foram observadas.
Um total de 13 viagens permitiram detetar até 9 espécies de cetáceos. As quatro espécies residentes, que são o golfinho-comum, o golfinho-roaz, o cachalote e o golfinho de Risso, foram as espécies mais observadas, sendo este último avistado pela primeira vez este ano!
Este lindo cetáceo mais branco e gentil sempre nos surpreende com as suas aparições frequentemente tímidas. Além disso, alguns indivíduos familiares foram identificados, como um golfinho roaz chamado “Submarino” e cachalotes conhecidos por nós como “Orca”, “Bagel” e “Dilys”. Estes cetáceos já eram conhecidos través do nosso catálogo e foram identificados uma vez mais graças à nossa pesquisa de foto identificação.
Em relação às baleias de barbas, a baleia azul, a baleia comum e a baleia de bossa foram avistadas este mês. Surpreendentemente, a baleia azul juntou-se aos golfinhos de Risso, ambos sendo observados mais do que outras espécies mais abundantes.
A Futurismo notou a presença de uma baleia de bossa pela primeira vez este ano, mas infelizmente apenas por um curto momento, por isso não conseguimos obter a sua posição exata no mapa!
Estas espécies migratórias podem parar no arquipélago dos Açores na primavera durante a sua migração geral para norte das áreas de reprodução para áreas de alimentação. Os Açores são como um posto de gasolina entre estas duas regiões, que podem servir de lanche, como o krill, outros invertebrados e peixes, a estes gigantes durante a sua viagem. Depois de um período de jejum, às vezes de vários meses, e dependendo da situação até a amamentação, imagine todo o peso que perderam nestes meses de inverno. Portanto, qualquer festa será um prazer para recuperar as forças e os mais abundantes buffets que encontrarem nas latitudes mais altas onde a maioria deles passará o verão. Por isso, gostamos muito deste curto período da sua visita.
Por último, mas não menos importante, os cetáceos, a falsa orca e a “real” baleia assassina foram avistados este mês. Estes animais são vistos apenas ocasionalmente, principalmente os últimos, também famosos como orcas, foram observados pela última vez pela Futurismo há três anos! Portanto, não foi surpresa testemunhar os rostos emocionantes da nossa tripulação quando o grupo de orcas foi avistado à distância. Adivinhe as reações quando eles começaram a exibir mais partes do corpo que geralmente ficam por baixo d’água com seu comportamento ativo, ou se aproximaram ou apanharam uma tartaruga como lanche!
É claro que durantes as nossas viagens pudemos observar outras espécies diferentes além dos cetáceos. As caravelas portuguesas estiveram presentes em grande parte das nossas viagens, como é habitual nesta época do ano. Também notámos salpas, organismos transparentes de ficção científica que vagueiam flutuando no azul.
Este mês a presença de tartarugas comuns foi bastante frequente, mas poder ver estes animais interagindo involuntariamente com os cetáceos, desde brincadeiras inocentes a um final mais trágico, foi muito especial para nós.
Também pudemos ver a silhueta de alguns tubarões, embora muito rapidamente enquanto navegávamos. Algo que tivemos a grande sorte de apreciar foram os saltos do atum rabilho, junto a algumas aves. Além disso, peixes-porco e peixes-voadores foram outras espécies avistadas. Além disso, como novidade, encontrámos um pequeno animal peculiar flutuando à superfície. Era um caracol violeta marinho pertencente à classe dos gastrópodes.
Além disso, nos dias em que fomos ao Ilhéu de Vila Franca do Campo pudemos observar um grande número de caranguejos na rocha. Especialmente os caranguejos vermelhos destacam-se claramente, já à distância, devido à sua cor brilhante e contrastante nas rochas escuras. O caranguejo colombo é sempre encontrado junto com as cracas, quando pescamos alguns resíduos do mar, que já estava há algum tempo a flutuar ali.
No céu, fomos cercados mais uma vez por espécies de aves. Os cagarros estavam todos os dias por lá, assim como as gaivotas de patas amarelas. Este mês destacaram-se pela presença quase diária de andorinhas-do-mar comuns, que já chegaram ao nosso litoral após a sua migração anual. Também tivemos a oportunidade de avistar um alcatraz-comum e um estapagado, que não são tão frequentes nesta área. Quando visitámos os ilhéus, tivemos também a oportunidade de observar espécies como a pomba das rochas, a rola do mar e o pilrito das praias.
Então abril compensou a falta de bom tempo em janeiro e fevereiro, mas fique atento para maio que tem grande fama por aqui.